Divulgação ► Três acusados de participação no esquema já haviam sido presos
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
Uma advogada de Campo Grande foi presa nesta segunda-feira (30) sob suspeita de participação em um golpe contra um idoso, morador do Rio de Janeiro, envolvendo a negociação de uma propriedade rural em Tangará da Serra (MT).
Emmanuelle Alves Ferreira da Silva foi investigada pela Polícia Civil junto com três pessoas que já haviam sido detidas, sendo apontada como articuladora do esquema. Ela é mulher do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, da 5ª Vara de Sucessões da Capital.
Conforme as acusações, Emmanuelle foi citada como advogada do suposto proprietário da fazenda, que executou a vítima e usava o nome falso de João Nascimento dos Santos –tratando-se, na verdade, de José Geraldo Tadeu de Oliveira.
O negócio teria sido fechado com base em promissórias que usavam assinaturas falsas da vítima. Até os carimbos do cartório foram falsificados, conforme apontam as investigações.
A vítima descobriu o golpe no fim de 2017, quando foi alvo de bloqueio na ordem de R$ 5,5 milhões. Ele acionou sua advogada a fim de apontar a fraude.
Contudo, um recurso derrubou o bloqueio e direcionou o dinheiro para uma conta que pertenceria à advogada investigada. Os valores foram distribuídos em outras contas bancárias.
José Geraldo foi preso ao lado de Delcinei Custódio e Ronei Pécora por suspeita de tentarem transferir parte do dinheiro para outra conta. Nesta segunda-feira, a Justiça confirmou o pedido de prisão preventiva contra Emmanuelle.
A advogada é alvo de processo ético na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional de Mato Grosso do Sul) que, conforme o presidente da entidade, Mansour Elias Karmouche, aguardava a remessa de provas pela Justiça para ter continuidade. “Certamente haverá todo o compartilhamento de documentos necessários”, destacou ele.
Em paralelo, a Comissão de Defesa e Assistência às Prerrogativas dos Advogados da OAB-MS se apresentou à Vara Militar de Campo Grande requerimento solicitando que Emmanelle seja encaminhada para a Sala de Estado Maior da Companhia de Guarda e Escolta –um direito que os advogados têm. A expectativa é que a transferência seja realizada ainda nesta segunda-feira.
“A comissão é acionada para garantir o exercício dessa prerrogativa. Depois, o delegado providencia o ofício com o mandado de prisão, junta documentos e encaminha à OAB-MS para ser incorporado ao processo ético. São duas situações distintas”, explicou a advogada Silmara Salamaia Gonçalves, presidente da comissão da Ordem.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Emmanuelle para comentar os fatos.