09/09/2018 10h30min - Geral
7 anos atrás

Advogado de agressor de Bolsonaro foi contratado por conhecido da família

atentado a Bolsonaro

G1 ► Imagem mostra o agressor um dia antes do atentado

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior diz ter recebido uma mensagem por WhatsApp na tarde de quinta-feira (6), dia em que o presidenciável do PSL foi atacado por Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos. Um interlocutor, segundo ele, queria saber se ele topava defender o homem que tinha acabado de esfaquear o líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida pela Presidência da República. Segundo Zanone, a pessoa que o procurou disse ser ligada à família do agressor e a uma "congregação evangélica de Montes Claros”. Também disse ter lido o nome de Zanone em um grupo de Whatsapp ao procurar por um especialista em júri. Como se tratava de uma tentativa de homicídio, o interlocutor, diz ele, acreditava que o caso seria julgado por um júri, e que por isso era necessário um especialista. Professor universitário, autor de palestras sobre o assunto e professor de cursinhos para concurseiros, Zanone é famoso no meio jurídico de Belo Horizonte. O advogado então teria sido indicado no grupo do aplicativo de mensagens. Segundo Zanone, o homem - cuja identidade ele não revela, alegando sigilo contratual - informou que pensava em fazer uma vaquinha com pessoas da igreja à qual pertence para financiar a defesa de Adélio. "A pessoa falou que tem conhecimento com a família e com o pessoal da igreja e que tinha gente lá conversando se iam ou não fazer uma vaquinha para financiar", disse Zanone. O custo do psiquiatra que será enviado ao presídio federal de Campo Grande, para onde Adélio foi transferido neste sábado, de acordo com o advogado, gira em torno de R$ 20 mil. O médico fará, provavelmente na próxima semana, a depender de autorização da juíza Patrícia Alencar, uma avaliação psiquiátrica do agressor. Depois de ter recebido a mensagem do interessado em financiar a defesa, Zanone acionou um dos advogados de seu escritório, Pedro Augusto Possa, de Barbacena, para que se deslocasse a Juiz de Fora. "A primeira ordem que dei foi: 'meta a blindagem no cliente, deixe ele quieto, não deixa falar nada", disse o advogado ao jornal O Globo. Não adiantou. Àquela altura, Adélio já tinha confessado o crime. Zanone diz que assinou um contrato de sigilo com o financiador da defesa prometendo que não revelaria sua identidade em hipótese alguma. C.doestado