M.Meira/JCSul ► Léo disse que se houver culpado será punido
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Após a operação Tarja Preta, da Polícia Federal (PF), que cumpriu nesta quarta-feira (15) uma série de mandados contra um grupo suspeito de desviar pelo menos R$ 500 mil em medicamentos da farmácia municipal de Naviraí, a 350 quilômetros de Campo Grande, o prefeito da cidade, Leandro Peres de Matos, o Léo Matos (PSD), disse desconhecer as irregularidades apontadas, mas prometeu rigor para apurar a denúncia.
Matos, que falou ao G1 do seu gabinete na prefeitura, onde disse estar trabalhando normalmente, revela que foi surpreendido pela ação que envolveu além da PF, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF).
“Fomos todos pegos de surpresa. Desconhecia qualquer tipo de irregularidade no setor, mas apoiamos o trabalhos da PF, CGU e MPF. Se existem irregularidades elas têm que ser punidas”, comentou.
O prefeito disse que inicialmente os servidores que foram presos na ação deverão ser exonerados dos seus cargos e, assim como os que foram conduzidos até a delegacia da PF no município para prestarem depoimentos, serão alvos de sindicâncias.
“Vamos apurar, se forem comprovadas as denúncias de que houve realmente mau uso do dinheiro público e inveracidade em informações prestadas, eles serão punidos”, revela.
Matos disse que apesar dos investimentos acima do previsto na área de saúde do município, a distribuição de medicamentos a população é problemática, com a demanda muitas vezes sendo acima da oferta.
Ele afirmou ainda que não tem qualquer envolvimento com as denúncias e que sequer foi chamado a prestar depoimento sobre o caso na investigação da Polícia Federal, CGU e MPF.
A ação
De acordo com a PF, as investigações sobre o grupo começaram em 2015. Ficou constatado que os suspeitos forneciam medicamentos de forma direcionada a determinadas pessoas, em prejuízo à população carente.
Relatório da CGU apontou que a farmácia era usada como meio político, por servidores públicos, que cometiam corrupção e fraudes, tendo como resultado o desvio de medicamentos.
Além dos desvios de remédios, conforme a PF, foram verificadas fraudes na aplicação de recursos do Fundo Nacional de Saúde e aquisição de medicamentos constantes do Programa de Atenção Básica em Saúde.
O desvio de pelo menos R$ 500 mil é referente a apenas um ano, segundo levantamento da CGU. A quantia pode ser maior após análise de documentos que devem ser apreendidos durante a operação.
Tarja Preta
Participaram da operação 90 policiais federais e nove servidores da CGU. Os mandados foram cumpridos em Campo Grande, Naviraí e Três Lagoas. Os materiais apreendidos estão sendo encaminhados à Delegacia da PF em Naviraí.
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