23/02/2016 13h50min - Polícia
10 anos atrás

Após se entregarem à PF, marqueteiro do PT e esposa chegam a Curitiba

João Santana e Monica Moura são alvos da 23ª fase da Lava Jato.

FelipeRau ► João Santana chegou ao Brasil acompanhado de sua mulher Monica Moura nesta terça-feira

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


O marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana e esposa dele, Monica Moura, que são alvos da 23ª fase da Operação Lava Jato, chegaram ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, às 11h35 desta terça-feira (23). De lá, eles seguirão sob escolta policial até a Superintendência da PF, que concentra vários presos da operação, no bairro Santa Cândida. Por volta das 15h, a dupla vai se juntar aos outros detidos na atual fase para fazer o exame de corpo de delito, que é praxe após a prisão. O casal estava na República Dominicana trabalhando em uma campanha eleitoral e se entregou à Polícia Federal (PF) ao desembarcar no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Eles tiveram a prisão temporária expedida e o prazo vence no sábado (27). O mandado pode ser prorrogado por mais cinco dias ou, caso achem necessário, as autoridades também poderão solicitar a conversão da prisão para preventiva, quando não há prazo para que o investigado deixe a carceragem. Esta etapa da Lava Jato é chamada de Operação Acarajé, que era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Uma das principais linhas de investigação são os repasses feitos pela empreiteira Odebrecht, um dos alvos da Lava Jato, ao marqueteiro João Santana. Segundo relatório da PF, João e a esposa ocultaram das autoridades os recursos recebidos no exterior porque tinham conhecimento da "origem espúria" deles. Esse dinheiro foi escondido, conforme o relatório, mediante fraudes e "com a finalidade exclusiva de esconder a origem criminosa dos valores, que, como se viu, provinham da corrupção instituída e enraizada na Petrobras". A suspeita é de que, usando uma conta secreta no exterior, o publicitário teria recebido dinheiro da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki, representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com as investigações, Santana recebeu US$ 7,5 milhões em contas no exterior. Desse total, US$ 3 milhões teriam sido pagos de offshores ligadas à Odebrecht , entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. O engenheiro também foi preso na 23ª fase. Ele é apontado como operador do esquema. Nesta segunda (22), o juiz federal Sérgio Moro pediu o bloqueio de R$ 25 milhões de João Santana e de R$ 25 milhões de Mônica Moura. A defesa do marqueteiro João Santana, representada pelo advogado Fábio Tofic, afirmou na noite desta segunda-feira ao Jornal Nacional que todos recursos em contas do exterior do marqueteiro provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em outros países. Segundo a defesa, "nenhum centavo" é de campanha brasileira. G1