Correio do estado ► Armas que alimentam crime passam por Mato Grosso do Sul
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
O governo federal decretou intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, movido pelos níveis de violência registrados pelo estado. Por conta disso, a área de segurança foi colocada nas mãos do Exército, tendo o general Walter Braga Netto como interventor.
A medida reacendeu a discussão sobre a segurança nas fronteiras do Brasil. Nesse contexto está à mostra que as armas e munições que alimentam as ações do crime organizado no Rio vêm do Paraguai, tendo Mato Grosso do Sul como porta de entrada e corredor.
Relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por exemplo, demonstra que em 2016 foram apreendidas no País, em sua grande maioria no eixo Mato Grosso do Sul/Rio de Janeiro, 1.586 armas (fuzis e pistolas) vindas do Paraguai. Em 2017, o volume de apreensões cresceu 33,6%, subindo para 2.089 armas.
No tocante às apreensões de munições, também vindas do país vizinho, a situação é ainda mais grave. Se em 2016 a PRF conseguiu impedir que 76.672 munições chegassem ao Rio e São Paulo, no ano passado os números estouraram, chegando a 189.632 unidades. Um cresciumento de 147,3%.
E o problema continua grave. Na semana passada, por exemplo, dois homens foram presos na divisa entre São Paulo e Rio transportando sete mil munições.
A dupla alegou ter sido contratada para fazer o transporte das munições - de uso restrito - do Mato Grosso Sul para o Rio de Janeiro. No mês passado também foram apreendidas 10 mil unidades, na mesma região.
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, compartilha do mesmo entendimento. A intervenção federal no Rio gerou cobrança do governador quanto a investimentos nas fronteiras.
Mato Grosso do Sul é fronteiriço com o Paraguai e Bolívia e a fragilidade da segurança nessas regiões favorece o transporte ilegal. “Não adianta só intervenção no Rio, porque a causa não está no Rio. A causa das drogas e das armas está aqui na fronteira”, destacou.
Para Azambuja, “não adianta só combater o tráfico e esses problemas de facçõe nos morros no Rio de Janeiro. Tem que blindar as nossas fronteiras.
correiodoestado