22/02/2016 16h40min - Geral
10 anos atrás

Chantagem e apostas sobre cassação apimentam volta de Delcídio

volta de Delcídio

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Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Solto, após quase três meses de prisão, o senador Delcídio do Amaral (PT) deve movimentar o Senado nesta semana. Além do pronunciamento, quando deve fazer sua defesa, o senador tem deixado colegas em situação delicada por conta de sua possível cassação. Há quem aposte em pressão do senador para não se cassado. Solto, ele terá tempo livre para conversar com outros senadores e convencer de que é inocente, o que parece não ser tarefa tão simples, visto que teve voto de 59 senadores a favor da prisão dele, contra apenas 13 que lhe apoiaram. Indagada sobre a volta de Delcídio e se ele conseguirá se manter no cargo, a senadora Simone Tebet (PMDB) disse que é difícil saber, mas avaliou que provavelmente não deve escapar do conselho de ética, onde tramita um processo de cassação do mandato. Em relação as ameaças, ponderou que a votação é aberta. Delcídio não falou com a imprensa depois que saiu da prisão e prometeu voltar ao trabalho nesta segunda-feira, embora seu pronunciamento ocorra apenas amanhã (23). Por enquanto, há apenas comentários sobre possível ameaça do senador a cúpula do governo e até boatos de que ele teria feito delação premiada, o que seus advogados negam. Defesa no Senado A defesa alega que não há flagrante que justifique a prisão do senador e ainda ressalta que há possibilidade de fiança para o crime de obstrução da Justiça, no qual o senador é acusado. Os advogados ainda argumentam que a gravação teria sido obtida de forma ilegal, questionando a possível cassação sem a conclusão da ação, que pode inocentá-lo. Apesar de apresentar a defesa, os advogados alegam que não consideram a representação contra o senador válida, visto que baseia-se, segundo a defesa, em um decreto de prisão e uma gravação totalmente irregular. No entendimento dos advogados, a acusação deveria ter trazido outros argumentos e outras comprovações. “Aqui não se discute crime, mas a existência ou não de decoro parlamentar”, justificou o advogado Gilson Dipp, em entrevista a TV Senado. Os advogados de Delcídio também pediram o afastamento do relator do caso no conselho de ética, o senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins. A defesa de Delcídio pondera que o senador é do bloco de partidos que apresentaram o pedido de cassação dele.