Comissão investiga mortes após quimioterapia na Santa Casa em MS

A comissão criada para investigar a morte de três mulheres após sessões de quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande deve analisar os prontuários das vítimas na manhã desta sexta-feira (18). O grupo é formado por médicos do hospital e por técnicos da Vigilância Sanitária estadual. A suspeita é que as pacientes tenham ido a óbito por causa de reações adversas a um medicamento utilizado no tratamento de câncer. Além das três mortes, a diretoria da Associação Beneficente de Campo Grande, (ABCG), mantenedora do hospital, confirmou a internação de um quarto paciente. O hospital suspendeu o medicamento e notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que acompanha as investigações. A terceira paciente que morreu, Maria Glória, de 61 anos, morava em Ponta Porã, cidade localizada a 326 km de Campo Grande. Em entrevista à TV Morena, familiares relataram que ela lutava contra um câncer no intestino e que já estava no terceiro ciclo de quimioterapia. Maria Glória morreu no dia 12 de julho. O atestado de óbito indicou “choque séptico”, “neutropenia”, “mucosite”, “mielotoxicidade” e “plaquetopenia” como causas da morte. As outras duas mortes ocorreram nos dias 10 e 11 de julho. Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, e Norotilde Araújo Greco, de 72 anos. Elas também tratavam um câncer na região do intestino e receberam o mesmo medicamento. O setor de oncologia da Santa Casa, que é terceirizado, só comunicou a direção do hospital e as autoridades, seis dias após a primeira morte, depois que os casos foram mostrados em reportagem exibida pela TV Morena. Em nota, a Anvisa informou que após a 'identificação da causa dos óbitos', poderá adotar medidas em relação ao medicamento.