arquivo ► Delcídio quer o fastamento de Renan da presidência do senado
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Após as gravações divulgadas na quinta-feira (26), que citam conversa sobre sua cassação, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) afirmou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve deixar o cargo imediatamente. Ainda comparou o peemedebista ao “senhor dos anéis”, por tentar manipular a todos.
Delcídio diz que tanto Renan, como o presidente afastado da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devem siar “urgentemente” de suas funções. Esta reação foi depois da divulgação da conversa entre o presidente do Senado, com Vandenbergue Sobreira Machado, diretor da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Neste diálogo Renan conversa com Vandenbergue, que já foi chefe de gabinete do ex-ministro Marco Maciel, sobre o processo de cassação de Delcídio, inclusive citando como deveria ser feita a defesa do ex-senador no Conselho de Ética.
Ele disse que o ex-petista teria que fazer uma carta a várias pessoas, lembrando que como “foi presos tanto dias”, já tinha pagado pelo que fez.
Vandenbergue ainda conta que Delcídio faria apenas um carta ao Conselho de Ética e depois iria embora. Esta situação mudou depois que foi divulgada a delação premiada do ex-senador, que compromete vários políticos, inclusive Renan Calheiros.
O próprio pediu urgência na votação da cassação, antes que avaliasse o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).
Delcídio avalia que isto comprova que sua “cassação foi manipulada” pelo presidente do Senado. “Ele (Renan) tinha medo da minha delação, ele tinha comprometimento com o Palácio do Planalto", disse ele, a reportagem.
Também admitiu que conhece o diretor da CBF há muito tempo, e que o mesmo “se criou e fez carreira no PMDB”, junto a Renan Calheiros.
O ex-senador lembra que Vandenbergue sempre passava em seu gabinete, com o pretexto de “prestar solidariedade”, mas que entende que era só para “sondar” a mando de Renan. Também acredita que o diálogo mostra a preocupação em “tirar o seu mandato”, que foi confirmado depois por 74 votos a favor e nenhum contra.
“O diálogo (com Vandenbergue) só confirma que Renan, o senhor dos anéis, deve ser afastado imediatamente. Não tem mais condições de comandar o Senado”. Também comentou sobre as ofensas do peemedebista ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Ele tinha compromissos com o Planalto, com senadores que se sentiam atingidos pela minha colaboração. Pensaram em me tirar o mais rápido possível e não deixar eu ir para o plenário”.
Estadão