MarceloCamargo ► Dilma Rousseff diante de senadores na manhã desta segunda-feira.
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou, durante seu pronunciamento ao Senado Federal na manhã desta segunda-feira (29), que é inocente das acusações e que não praticou atos ilícitos. Também criticou o processo de impeachment, ao dizer que as denúncias "têm forma, mas não conteúdo". Ainda ponderou que foi "vítima de uma chantagem explícita" por parte do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dilma fez um discurso criticando a oposição, mas também tentando trazer argumentos para convencer os possíveis "indecisos" antes da votação final. Lembrou que jamais renunciaria ao cargo, por se considerar inocente das acusações. Ela presta depoimento, antes de ter seu mandato julgado pelos senadores.
A petista reconheceu que ficou "magoada com as traições políticas" e que será julgada pro crimes que não cometeu. Ela lembrou que todo este processo do impeachment foi aceito no Congresso Nacional, em função de uma "chantagem explícita" feita por Eduardo Cunha, que queria o apoio da bancada do PT, contra acusações contra ele.
Disse que a oposição "contribuiu para o aprofundamento da crise" econômica no País, já que seus projetos não eram aprovados e que outros chamados de "pautas-bombas", tinhao aval dos parlamentares, sob o comando do ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Ela ainda acusou o que chamou de "elites conservadoras", que segundo a presidente, fizeram de tudo para atrapalhar seu governo, por não admitir o resultado das eleições de 2014, quando ela foi reeleita. "Quem afasta o presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo, nas eleições".
Sobre as denúncias, diz que o TCU (Tribunal de Contas da União), aprovou as as contas dos presidentes que editaram decretos iguais, sem nunca ver problema, e que só depois de suas assinaturas é que foi mudado o "entendimento" sobre a matéria. Justifciou as ações em relação ao Plano Safra e afimrou que que os decretos de crédito suplementar, foram editados em conformidade com a legislação.
A presidente afirmou ser "honesta" e que será julgada por crimes que não cometeu. "Não estamos no parlamentarismo, não houve crime de responsabilidade, por isso não se pode afastar pela perda da maioria parlamentar". Dilma agora passa pela fase de interrogatório, onde os senadores podem fazer perguntas sobre as denúncias na qual está sendo julgada.
Serão necessários 54 votos dos 81 senadores, para cassar o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Esta fase final do processo de impeachment está sendo conduzido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.
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