Divulgação ► Pecuária bovina de MS não deve sofrer grandes impactos com o embargo russo.
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News
A suspensão da compra de carne bovina brasileira pela Rússia a partir de 1º de dezembro não causará impacto significativo em Mato Grosso do Sul. Isso porque os russos tem reduzido a participação nas importações do alimento vendido pelo Estado, conforme nota a analista de Economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira. De acordo com ela, o impacto será inferior a 1% no volume representado pelas vendas do produto.
"A participação da Rússia nas exportações de carne bovina in natura do Mato Grosso do Sul reduziu significativamente entre 2014 e 2017", afirmou a especialista. Ela detalha que, em 2014, foram destinados aos russos 71 mil toneladas do produto, volume equivalente a 47% do total do alimento exportado pelo Estado no período. Neste ano, até outubro, essa participação caiu para 12%.
"Apesar de servir como alerta para o setor pecuário, a suspensão não deve reverter o bom desempenho da balança comercial de carne bovina de Mato Grosso do Sul", comentou Elimar. "Para o setor produtivo, por exemplo, o impacto será inferior a 1% considerando uma estimativa de 3,1 milhões de animais a serem abatidos em 2017", estima.
A analista pondera, no entanto, a possibilidade de reflexos indiretos. "A impossibilidade de venda para a Rússia poderá representar um volume maior de carne no mercado interno e também uma redução, por parte das indústrias, nas compras de animais, para poder compatibilizar a oferta à demanda, minimizando, assim, os possíveis prejuízos com a ausência desse mercado", explicou.
Conforme números do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a receita resultante das vendas de carne desossada de bovino por Mato Grosso do Sul à Rússia caiu 13,25% neste ano: foram US$ 38,71 milhões de janeiro a outubro de 2017, e US$ 44,623 milhões nos mesmos meses de 2016.
Importação suspensa – A suspensão das compras de carne bovina foi anunciada na segunda-feira (20) pelo serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, a Rosselkhoznadzor. Em nota, publicada em seu site, a instituição informou que vai impor restrições temporárias à carne bovina e suína do Brasil a partir de 1º de dezembro.
A alegação é de foram detectadas, na carne exportada pelo Brasil, substâncias como ractopamina e outros estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais.
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