08/10/2014 13h49min - Educação
11 anos atrás

Federais falam sobre Operação que resultou na prisão de vereadores aqui de Naviraí

vereadores aqui de Naviraí

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Foram cumpridos os dez mandados de prisões, sendo sete preventivas e três temporárias, expedidas pelo judiciário na manhã desta quarta-feira (8), na cidade de Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande. Conforme informações da PF (Polícia Federal) e do MPE (Ministério Público Estadual), cinco são vereadores e os outros cinco, empresários. Eles foram encaminhados para a sede da polícia. O delegado responsável pela investigação ressaltou que a Operação Atenas iniciou em novembro de 2013, após denuncias de pessoas que estavam sendo contratadas para o cargo de comissionados a partir de consignação salarial. Mesmo esquema era praticado com empresários que tinham interesse em abrir estabelecimentos comerciais em Naviraí. Um dos exemplos dados pelo delegado é que um comissionado contratado com salário de R$ 2 mil, era obrigado a repassar R$ 500 para o vereador que fez a nomeação, sob coação de ser demitido. Assim também funcionava com os empresários, que tinham que passar parte do faturamento aos parlamentares. “Não é uma investigação política, até porque, os vereadores detidos fazem parte de diferentes partidos. A investigação é sobre extorsão e fraude da máquina pública”, frisa o delegado federal. Pelo menos 28 pessoas foram encaminhadas coercivamente à delegacia para prestar esclarecimentos durante a ação, que cumpriu 40 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos 27 carros, motocicleta, barco, quatro armas de fogo e dinheiro, cujo valor não foi divulgado. Além disso, lojas e postos de combustíveis foram interditados. Durante a coletiva, o delegado informou que estes estabelecimentos interditados faziam parte do esquema de lavagem de dinheiro. “Alguns deles pertencem aos parlamentares, outros a pessoas próximas dos vereadores”, revela e completa, “há indícios de terem recebido verba pública desviada, porém tudo isso ainda está sendo investigado”. Prisões Durante a operação, houve prisões em flagrante por porte ilegal de arma, porém não foi informada a quem elas pertenciam. Dos vereadores levados pela PF até a sede está o segundo secretário da Câmara, Adriano José Silvério (PMDB), Marcus Douglas Miranda (PMN), Solange Melo (PSDB) e o presidente da Casa de Leis, Cícero dos Santos (PT), conhecido como “Cicinho do PT”. Apenas um edil, não teve o nome divulgado. A esposa do presidente da Câmara de Vereadores e empresária Mainara Malinski, conhecida como “Mainara Bogdana”, também chegou em uma das viaturas da PF. A butique dela é uma das lojas interditadas pela PF. “A corrupção destes políticos é devida a ganância, e isso é claramente vistos nos investimentos que faziam em imóveis. Eles contavam com parceria de empresários para lavar o dinheiro”, ressaltou Edgar Paulo Mrcon superintendente da PF/MS. Investigação A PF não descarta que parte do dinheiro desviado do erário também foi usada na campanha durante as eleições realizadas neste ano. “Tudo isso está sendo investigado cautelosamente, como disse, a conotação não é política, por isso a operação não foi deflagrada antes da eleição para que não houvesse interferência relacionando a ação policial, com parceria do MPE e respaldo do Poder Judiciário, com o beneficiamento ou não de certos políticos”, explica. Dois vereadores, que estão presos, chegaram a disputar o pleito para deputado estadual, porém não ganharam as eleições. Dias antes da votação, o assessor de um deles foi preso com o montante de R$ 19 mil e a denuncia era que o valor seria para a compra de votos. “Isso também será investigado, se este dinheiro fazia parte do esquema de desvio de verbas ou propinas”, comenta. A investigação apura crimes de formação de quadrilha, corrupção, extorsão contra o Poder Executivo praticados em prejuízos aos cofres públicos da cidade de Naviraí. A partir disso, a polícia tem em mãos diversas escutas telefônicas, autorizadas judicialmente, a respeito do esquema ilícito. “Este conteúdo ainda está em poder do judiciário e não pode ser divulgado. A investigação tem dia para começar e não para terminar”, finaliza o delegado.