03/02/2016 13h16min - Geral
10 anos atrás

Grávidas devem cuidar relações com risco de transmissão sexual da Zika

Estados Unidos registraram provável caso de transmissão sexual

Ilustração ► Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News


Os Estados Unidos registraram um primeiro caso de vírus Zika transmitido por contato sexual. Até o momento este tipo de contágio está apenas sendo tratado de forma especulativa e sendo estudado. Segundo a imprensa local, um paciente de Dallas, no Texas, contraiu o vírus após ter feito sexo com uma pessoa que fora infectada na Venezuela durante uma viagem recente. De acordo com o médico infectologista e diretor da Fiocruz em Mato Grosso do Sul Rivaldo Venâncio da Cunha, assim como ocorreu com o surgimento do vírus HIV, que causa a AIDS, na década de 1980, a partir de agora, várias observações serão feitas a respeito do vírus da Zika. “Precisamos ficar atentos, procurar confirmar e ver a escala dessa transmissão. De 1947 até agora, o responsável pela transmissão foi o mosquito [Aedes aegypti]”, explica o médico. Conforme o médico, a recomendação além da eliminação dos mosquitos, é de prevenção com o uso de preservativo no contato sexual, “É uma recomendação a mais, a partir dessa observação, sobretudo, em casais em que a mulher esteja grávida. A grande preocupação que o mundo tem nesse momento é com as alterações congênitas que tem provocado. Ou seja, a grávida ou aquela que pretende engravidar, continua sendo o centro das atenções das preocupações”. Outras formas de contágio da Zika Segundo o infectologista, outras possibilidades de transmissão do vírus da Zika ainda estão sendo estudadas, entre elas a via leite materno, porém, nada até o momento foi confirmado. A Polinésia Francesa, território localizado no oceano Pacífico sul, a leste da Austrália, também foi atingida por uma epidemia de vírus Zika, entre 2013 e 2014. De lá, vem a maioria das informações e suposições sobre a doença. O local também passou a investigar os casos de má-formação cerebral em fetos e recém-nascidos após a epidemia. Leite materno Na Polinésia Francesa (onde houve surto de Zika em 2013 e 2014), médicos encontraram partículas do vírus no leite materno. Mas ainda não se sabe se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido. Até o momento, a recomendação é de que as mães continuem amamentando normalmente. Transfusão de sangue Um estudo publicado em abril de 2014 na revista médica “Eurosurveillance” relatou a detecção do Zika vírus em amostras de sangue de doadores que não estavam manifestando o sintoma no momento da doação. A coleta de dados foi feita na Polinésia Francesa. Até a publicação do estudo, não havia relatos de contaminações pós-transfusão, porém o fato de o vírus estar lá sugere a existência desse risco. Sintomas Erupções na pele, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, vermelhidão nos olhos, náuseas, fotofobia, conjuntivite e coceira intensa. Apesar de ter uma evolução branda, com sintomas que duram em média de dois a sete dias, o Zika está associado à microcefalia em bebês cujas mães foram contaminadas durante a gestação – e que trazem deficiências variadas. Além disso, há o risco de desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune que acomete o sistema nervoso), recentemente associada ao vírus e que vitimiza principalmente crianças e idosos. Midiamax