02/06/2015 10h08min - Polícia
10 anos atrás

Indígenas são flagrados vendendo tartarugas vivas

tartarugas

G1 ► Oa animais são vendidos livremente pelos indigenas

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Indígenas da etnia Karajá foram flagrados vendendo tartarugas em uma praça às margens do Rio Araguaia, no município de Santa Terezinha, a 1.329 km de Cuiabá. O padre Paulo Xavier passava pelo local nesta segunda-feira (1º) e percebeu uma movimentação intensa devido ao comércio dos animais. Ele fingiu ter interesse na compra e fez imagens que mostram as tartarugas no chão, de barriga para cima, para não fugirem, e um comprador saindo com uma tartaruga nas mãos. A Polícia Civil do município informou que vai abrir inquérito para apurar os indícios de crime ambiental e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) alegou já ter aberto procedimento para tentar identificar, com a Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios que estavam comercializando os animais. Segundo a coordenadoria geral da Funai em Mato Grosso, um antropólogo da Funai foi até Santa Terezinha para conversar com os índios para conscientizá-los sobre a gravidade do crime e, assim, deixarem de comercializar as tartarugas. Ao padre, um índio disse que cada animal custava R$ 40. Segundo o padre, a venda é rotineira e que já tentou denunciá-la, mas não obteve sucesso. "Os índios vendem tartarugas e peixes livremente pelas ruas daqui, e ninguém faz nada", contou. As tartarugas são retiradas da Ilha do Bananal, em Tocantins, segundo o padre. "Eles levam essas tartarugas de barco até Santa Terezinha para vendê-las. Mas, se tivesse fiscalização, ninguém compraria", disse. Ele contou que, quando estava fazendo o vídeo, os índios ameaçaram tomar o telefone celular dele e alegaram que precisavam fazer a venda. A venda de animais silvestres é considerada crime ambiental. A multa varia de acordo com a espécie e vale tanto para o vendedor quanto para o comprador. Porém, no caso dos indígenas, é liberado o consumo da carne do animal. O delegado da Polícia Civil do município, Gutemberg Lucena, alega que a prerrogativa em favor dos índios dificulta a fiscalização, pois, quando flagrados com os animais silvestres, os indígenas argumentam que é para consumo. "Essa fiscalização tem deixado a desejar por falta de efetivo. Para autuar o índio, é preciso que a Funai (Fundação Nacional do Índio) esteja junto", afirmou. A superintendente de Fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Maria Souza, informou que o órgão já abriu um processo para identificar os índios em parceria com a Funai e, posteriormente, responsabilizá-los. "A multa varia de R$ 500 a R$ 5 mil por animal", disse. G1