Roberto Castello / Assessoria ► Com Renan ao lado, Simone Tebet fala no plenário de olho na presidência do Senado
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
Às vésperas da votação à presidência do Senado, cresce o clima de tensão dentro da bancada do MDB. Ontem (31), em entrevista ao jornal Correio do Estado, a senadora Simone Tebet (MS) deixou claro que não está boa, a relação com o adversário, senador Renan Calheiros (AL). “Não tem condições”, disse ela, sobre a eventual candidatura do correligionário Renan Calheiros (AL).
Os dois disputam voto a voto, a oportunidade de postularem pela legenda, o cargo de presidente da Casa de Leis.
A definição do candidato acontece hoje, às 17 horas, um dia antes da posse dos senadores e da eleição da Mesa Diretora.
Como possui a maior bancada (13 senadores), o MDB possui, por tradição, a preferência na cadeira de presidente. Por isso, é tão importante a escolha de quem será o candidato do partido.
Sabendo dessa condição e da possibilidade de Renan ser lançado como postulante à vaga, Simone decidiu entrar na disputa.
Ela conta que recebeu apoio de senadores do MDB e de outros partidos para colocar seu nome à disposição.
O movimento a favor dela acontece pela alta rejeição do senador alagoano dentro e fora do Congresso Nacional. Alvo de 14 inquéritos policiais e absolvido de outros nove processos criminais e cíveis, Renan é visto com maus olhos por parte da população brasileira.
Ele, inclusive, foi motivo de protesto em várias cidades, por manifestantes que não o aceitam na presidência do Senado e clamavam: “o Brasil mudou e o Senado precisa mudar”.
Com esse mesmo pensamento, Simone ressaltou à reportagem que é a favor da renovação da política. “Eu coloquei minha candidatura por ser contra o que estava sendo colocado. Vou até o fim porque o que está em jogo é a política. Há um clamor por renovação”, disse.
Sobre a reunião tensa realizada na terça-feira (29), a senadora comentou que Renan acreditava que nenhum emedebista teria coragem de enfrentá-lo na disputa interna. “Ele estava achando que a candidatura dos outros não iria para a frente, que eu não sairia candidata de jeito nenhum”.
A senadora criticou os aliados do alagoano que, assim como ele, foram contra o voto aberto na escolha do postulante da sigla pela presidência. “Ele [Renan], Jader Barbalho (PE) e Eduardo Braga (PA) são da turma da velha política. Renunciei à liderança do MDB por não comungar com a maioria que escolheu voto fechado”.
No caso, a votação em secreto favorece Renan, pois deixa o parlamentar mais à vontade. Ou seja, ele fica livre de expor sua posição e de possível pressão. “É um novo tempo, são novos ventos. Renan representa um MDB que eu não pertenço, que não quer a alternância de poder. Por isso, coloquei a minha candidatura na bancada”, afirmou a sul-mato-grossense, ao reafirmar a intenção de concorrer ao cargo, mesmo sem o apoio do partido. “Vou até o fim”, ressaltou.
Quanto ao possível apoio do governo de Jair Bolsonaro (PSL) a Renan, Simone afastou essa hipótese. Segundo ela, toma corpo no Senado a candidatura de David Alcolumbre (DEM), que é do mesmo partido do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (RS).
Correio do Estado