03/12/2016 10h08min - Geral
9 anos atrás

Tragédia da Chape: escala em Bogotá custaria R$ 10 mil e uma hora extra

Reportagem revela o quanto representaria uma parada na capital colombiana para reabastecer, evitando com que o avião chegasse sem combustível a Medellín

Divulgação ► Aeronave da Lamia que levava a delegação da Chapecoense até Medellín, na Colômbia

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


A empresa LaMia, responsável pelo voo que levava a Chapecoense e que se acidentou em Medellín matando 71 pessoas, teria um custo adicional de cerca de R$ 10 mil se decidisse por parar no Aeroporto de Bogotá para realizar um abastecimento, segundo especialista consultado pela "Folha de S.Paulo". O valor inclui combustível e taxas aeroportuárias. O avião era pilotado pelo boliviano Miguel Quiroga, dono da LaMia. A parada se fazia necessária por conta da distância entre os pontos de origem do voo (Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia) e chegada (Medellín, na Colômbia). A distância entre essas cidades é de cerca de 3.000km, exatamente a autonomia de voo do modelo BAe Avro RJ85 – ou seja, o avião não tinha margem de reserva para esse trajeto. Segundo Bruno Fernando Goytia Gómez, filho do copiloto Ovar Goytia, que faleceu no acidente, a companhia aérea desistiu de parar em Cobija, no norte da Bolívia, por conta do atraso no voo comercial que partiu de São Paulo. Além disso,o aeroporto de Cobija fica fechado durante a noite. A parada em Bogotá, que fica 300km ao sul de Medellín, seria a alternativa e atrasaria a chegada da delegação ao local da partida em apenas uma hora, segundo projeção do coronel Douglas Machado, especialista em investigações de acidentes aéreos. Pilotos brasileiros ouvidos pelo jornal criticam o fato de o comandante ser também o sócio da empresa LaMia, o que pode causar conflito de interesse entre o cuidado com a segurança e custos. – Se fosse um piloto contratado [funcionário da empresa], ele pensaria na própria vida e pararia no primeiro aeroporto que visse [se soubesse que estava com pouco combustível] – disse o advogado especializado em causas aeronáuticas Josmeyr Oliveira. Na única vez em que a LaMia teve um voo de Santa Cruz de La Sierra a Medellín, em agosto, houve uma parada para abastecer em Cobija. G1.Com